COMO FAZER MOSAICO, PASSO-A-PASSO

Você pode fazer mosaicos com os mais diversos materiais: pastilhas de vidro ou cerâmica, CDs velhos, conchas, cacos de espelho, restos de azulejos ou cerâmica e mesmo com tampinhas de garrafas. Apesar de o mosaico ser uma colagem de peças juntas em um quebra-cabeças (as unidades são chamadas tesselas), para a formação de um todo harmônico, não basta...







Você pode fazer mosaicos com os mais diversos materiais: pastilhas de vidro ou cerâmica, CDs velhos, conchas, cacos de espelho, restos de azulejos ou cerâmica e mesmo com tampinhas de garrafas. Apesar de o mosaico ser uma colagem de peças juntas em um quebra-cabeças (as unidades são chamadas tesselas), para a formação de um todo harmônico, não basta ir colando a esmo. É preciso ter critério, seguir um passo-a-passo, o que pode facilitar muito o seu trabalho.

Para não errar, é importante saber, antes, o que pretende fazer, o que deseja representar: árvores, flores, animais (aves, peixes, cavalos, gatos), um desenho abstrato; qual o estilo (traço tendente ao infantil ou mais fiel ao natural, simples ou complexo).

Espero satisfazer todas as suas dúvidas. Se ainda assim hesitar, escreva. Estarei à disposição, ok?

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Se está animado a começar, basta seguir o passo-a-passo. 

MOSAICO: FUNDO DO MAR

Neste painel tentei reproduzir o fundo do mar: peixe-borboleta, tartarugas, peixinhos, algas, corais e estrelas do mar, em traços simples, de fácil leitura.

Simples não significa de qualquer jeito, mas não complicado, o resultado que se alcança com poucos traços. Se fui feliz, você conseguirá identificar, no painel, duas estrelas do mar, peixes e duas tartarugas, no fundo do mar.

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1. ESTUDE, PESQUISE IMAGENS

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Antes de partir para o mãos à obra, analise diversas imagens que possam transportá-lo para onde quer representar, ao vivo ou por fotografias. O menos indicado, nesta etapa, é examinar outros trabalhos de mosaico. Se a fotografia deforma imagens, afastando-as da realidade, mais ainda um trabalho que "chapa" o que você quer perceber.

Tartaruga contra a luz. Jogo de luz e sombras.

Depois de analisar as imagens que representam o natural, passe os olhos pelas leituras pessoais, como pinturas e mosaicos. Esse olhar vai desenvolver em você um senso de observação mais apurado. 

Ao final desta postagem há dezenas de imagens do fundo do mar para que você analise e pense no seu trabalho de reprodução do fundo do mar. Serviram como guia para que eu fizesse uma leitura do que queria para o meu trabalho particular.

A tartaruga emergindo. Luz.

Com o estudo do real, você pode mudar seu foco, sentir a proporcionalidade dos objetos a representar, o movimento e o contexto onde inseridos os objetos.

Não é adorável?

Me senti realmente tentada a ter em casa tartarugas como estas, trabalhadas monocromaticamente. São lindas, mas ficarão para outros trabalhos. 

Perfeito para se analisar detalhes, mas o senso de proporção pode ficar comprometido.

A partir da análise destas imagens, você pode  aproveitar para observar proporções, o trabalho da luz e o movimento dos animais e das ondas.

 As cores originais são surpreendentes. Detalhe do olho, da boca, que lembra um periquito, das manchas.

Por falar em proporções,  veja as imagens destas tartarugas: apesar de belíssimas, se representadas, poderiam criar a falsa ideia de desproporção entre as partes do corpo, como quando a gente fotografa alguém deitado e os pés ficam enormes quando comparados com o corpo. No caso, o corpo das tartarugas parecem imensamente pequenos, comparados às cabeças e às patas dianteiras.

Então pense no que quer fazer. Sugiro um motivo simples, para começar. Quem sabe um peixe, um passarinho, o número da sua casa (as tesselas são fixadas diretamente no azulejo), uma flor. 

Analise as imagens aqui deixadas, selecione várias imagens, faça desenhos e parta para a ação.

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Abaixo, algumas imagens que me inspiraram:

O pequeno peixe-palhaço.

 Parece que este peixinho usa um tapa-olho. Trabalho em azul e amarelo, para simplificar as coisas.

Estrela do mar azul. Pontas arredondadas, acomodada à superfície. Pontos coloridos, preto, branco e vermelho predominam.

 Outra vez o peixe-palhaço.

Estrela do mar vermelha.

Outra estrela do mar vermelha, esta é cheia, tem volume. 

Tartaruga em primeiro plano. Detalhes e proporções.

Este trabalho tem as peças muito juntas, quase sem espaço entre elas, em especial na figura principal. A irregularidade traz uma nova textura à peça.

O número da casa é acompanhado de figuras simples, rejunte branco, sobre azulejo.

2. ONDE VOCÊ VAI TRABALHAR?

Caramujo na pedra.

Você pode fazer mosaico em vasos, bandejas, azulejos (que tal o número de sua casa?), madeira (o tampo de uma mesa ou de uma caixa são perfeitos). 

Colar peças em uma superfície plana e lisa, na horizontal, é infinitamente mais fácil do que trabalhar uma parede, como foi o meu caso, ou um vaso. É colar para ver escorregar. 

A superfície implicará, também, na cola a ser utilizada e na necessidade de impermeabilização, por exemplo.

Definida a superfície e o motivo, meça a área a ser trabalhada e anote as medidas. O meu fundo do mar é um painel, instalado na parede, pelo processo do mosaico inverso. Eu explico abaixo como funciona, ok?

Desenhar não é perder tempo. É poder optar e ter à mão guias para trabalhar.

3. É HORA DE DESENHAR 

A simpática corujinha.

Sabido o tamanho do trabalho, trace os limites em um papel (papel sulfite, papel kraft, papel de seda). À parte, em sulfite, faça vários desenhos, em tamanho real, representando a imagem desejada - ou os vários elementos que preencherão a área. 

O papel sulfite servirá de guia. Nele você poderá fazer marcações de cores e limites.

Então transfira para o papel escolhido o desenho mais bonito, mais perfeito. Lembre-se de que quanto maior a imagem, maior a possibilidade de trabalhar detalhes, pois você terá à mão uma gama maior de peças. O meu trabalho é razoavelmente grande, mas peixes e tartarugas não passam de 30 cm. Veja que isso limita a possibilidade de detalhar melhor as imagens. Se o painel inteiro reproduzisse apenas uma tartaruga ela seria quase perfeita. Entretanto, trabalhei no limite possível para identificar cada personagem.

Belíssimo, mas seria um exagero.

Havendo dúvidas, nesta fase, preencha a imagem com os caquinhos coloridos, as tesselas.  Se preciso, amplie a imagem ou diminua o tamanho dos caquinhos.

Ao transferir os desenhos, distribua as figuras no espaço disponível, para que haja equilíbrio. No meu caso, descartei um grande e bonito peixe e outros pequenos, que poderiam poluir o visual do trabalho. 

O polvo iluminado.

Também desprezei lulas, polvos e águas-vivas, que até poderiam ser interessantes, mas transformariam o meu fundo do mar em uma bagunça. É a hora de escolher.

Definido como será o trabalho, transfira o desenho para a superfície que receberá o mosaico, com papel carbono.

Meu painel foi feito pelo método inverso ou invertido. O passo-a-passo de como fazer está logo abaixo, em destaque.

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OBSERVAÇÃO

Por que sugiro fazer os desenhos separados

Se você desenhasse diretamente sobre a superfície, teria que utilizar lápis, borracha e, inevitavelmente, não teria a chance de escolher o mais bonito, que melhor pudesse agradá-lo. Seria trabalhar um esboço.

Parece que dá mais trabalho, mas na verdade dará mais liberdade a você e com certeza terá, ao final, uma obra mais limpa, clara e definida.

4. COMO CORTAR AS PEÇAS

Para cortar as tesselas, utilize alicate próprio para mosaico, que você adquire em casas especializadas ou pela internet. E não se preocupe: você adquirirá prática com facilidade.

5. VAMOS COLAR?

Use cola branca Cascorez e um pincel. Comece colando as peças do entorno, formando a moldura.  

Depois, preencha cada figura. O contorno das figuras deve receber especial atenção: junte mais as peças, para defini-lo melhor.

Lembre-se de deixar um pequeno espaço entre as demais peças. É esse espaço, rejuntado, que dá o charme característico ao mosaico.

Feito isso, pense nos elementos de apoio, no cenário: há vegetação auxiliar, por exemplo? Hora de voltar a analisar imagens.

No meu caso, tive que pensar em luz e sombra, em ondas, algas e corais. Componha sem pressa. As peças podem variar de tamanho, dependendo do que representam. 

Em geral, deve haver equilíbrio no tamanho das tesselas, mas veja que a figura branca do painel fundo do mar, no canto inferior direito, é especial por conta do corte das peças, parecido com pétalas de flores.

Por fim, preencha os espaços vazios. Na dúvida sobre como fazer, reveja imagens de trabalhos em mosaico.

6. REJUNTE 

Depois de seco, rejunte com argamassa própria para mosaicos.

Use uma espátula para aplicar a argamassa e esponja ou um pano úmido para retirar o excesso. Depois de seco, limpe outra vez.

Existem rejuntes brancos e de diversas cores e é mais prático usar o rejunte colorido na cor desejada do que tingir o rejunte, depois.

7. IMPERMEABILIZAÇÃO 

Limpe mais uma vez as peças, para eliminar qualquer resíduo e impermeabilize com impermeabilizante líquido ou cera.

Colar: menos é mais.

Mosaico em tela - método inverso ou invertido

Foi o método usado no meu painel.

Por ser grande e instalado na parede externa, optei por este método, seguidos os seguintes passos:

1. Cole as tesselas em papel kraft (o lado liso de frente para o papel: é ele que ficará exposto), mais resistente e fácil de sair com água. Seja econômico ao usar a cola. Menos é mais e você sentirá isso na hora de limpar o trabalho, depois de seco.

2. Depois de montado e seco, cole a tela de 3 x 3 mm sobre o trabalho e só depois instale o mosaico na parede, com argamassa. Antes, claro, retire o excesso de papel e de tela. 

3. Depois de 48h, retire o papel com água e o excesso de cola com espátula ou uma chave de fenda.

4. Rejunte as peças e limpe o excesso com um pano ou esponja úmida. 

5. Aguarde a cura, limpe bem o trabalho e impermeabilize. Se em ambiente externo, use impermeabilizante líquido; se instalar o mosaico em parede ao abrigo do sol e da chuva, basta usar cera. 

Observação

1. Superfície lisa

A superfície a ser trabalhada deve ser lisa e sem imperfeições. Retire tinta e reboco antigo e use uma massa com cimento e areia fina, mantendo alguma porosidade, para que a argamassa se prenda melhor.

2. Argamassa para mosaico

Use argamassa própria para mosaico. Existe argamassa branca e colorida e você pode optar por rejuntar as tesselas com a própria argamassa. 

3. Qual a melhor cor para rejunte?

Usei argamassa cinza, própria para mosaico e rejuntei as peças com argamassa branca, também indicada para mosaico. Como representava o fundo do mar, o trabalho perdeu em consistência. Ficou claro demais, luminoso demais, e as figuras brancas, como o peixe-borboleta e os corais, no canto inferior direito, perderam contorno e brilho. Na verdade, o rejunte branco "apagou" todo o trabalho.

4. Como consertar?

Tingi a argamassa com tinta azul e impermeabilizei. Consegue notar a diferença entre as duas imagens? 
O contorno do peixe-borboleta e do coral branco, no canto inferior direito, ficaram muito melhor definidos.
Como fundo do mar, o rejunte em tons de azul se prestou muito melhor à representação. Ganhou mais vida.

Aqui, o painel com rejunte branco. Ficou apagado, sem vida.

O rejunte azul deu vida ao painel: a luz parece melhor distribuída e os contornos foram melhor definidos.

MAIS DICAS

Consegue imaginar como desenhar à parte pode ajudar?

Para garantir um trabalho mais bonito, tenha uma gama maior de tons das mesmas cores: vários tons de vermelho, de amarelo, de marrom, de azul. 

A Mosaicos Marinella oferece tesselas já cortadas em quadradinhos, em variedades que você escolhe: tons de marrom, tons de vermelho, de azul, de amarelo. A internet pode ser uma boa opção, mais econômica do que as lojas de materiais de construção

Não tivesse o quadro essa variedade, não produziria o mesmo efeito. Concorda?

Se você souber de outros lugares que oferecem produtos com variedade, a preço acessível, aceito a sugestão e desde já fico agradecida.

Analise as imagens que seguem, tanto fotografias do fundo do mar como mosaicos.  

Não há desculpas. Se você quer, você pode fazer e eu posso ajudar, ok? Qualquer dúvida, é só escrever.

Repare na delicadeza da flor, na variedade do verde (cor e disposição, que garantem movimento), nos dedinhos, no corte das peças.

Folhas e flores recebem o mesmo corte. O beija-flor tem traços simples e o corte das peças é estilizado.

Detalhe das rosas. Simples significa de fácil leitura.

Sem cortes: peças inteiras, redondas e quadradas. 

Preenchimento com muitas peças inteiras, quebrada a monotonia com colorido.

Mosaico em pedras. 

Olhos oblíquos, barriga clara.

Maior quantidade de peças garantem um resultado mais perfeito.

Interessante. Mas talvez difícil de interpretar.

Um polvo brilhante.

 Fofo, não é?

Deslumbrante. Mas não encaixava no painel.

Esta lula poderia ser interpretada de diferentes formas.

O peixe-palhaço e "tubetes".

Um tubarão e peixes coloridos.

Os peixes vermelhos se escondem nos corais vermelhos

Minha estrela do mar azul.

Cérebro?

Parece uma árvore desfolhada.

Tubetes, um peixe ameaçador, o movimento da água.

Estrelas do mar na praia.

Aqui, o cenário é a vedete.

Tudo é cor, harmonia e movimento.

Linda. Mas confundiria o leitor da imagem.

Estrela azul, mais claro.

São tantas as possibilidades, que parece que tudo é possível. Listras e bolinhas.

Parecem feitas de crochê. Boinas.

Perfeita. Reproduzir, em mosaico, parece muito difícil. A pintura parece o meio mais adequado.

Aqui, um painel de azulejos. Vê como a pintura planifica a imagem, subtraindo os detalhes?

Uma preciosidade: luzes ou pedrinhas?

A estrela que abraça. 

Contorno debruado.

Estrela pintadinha. Parece doce.

Uma alga interessante. Veja onde está instalada.

Leves como as ondas. A luz produz um efeito deslumbrante.

Tubetes. Parecem comida.

Samambaias vermelhas.

Escondidinha.

Parece iluminada. A superfície onde ela "pousa" é incrível. Parecem pérolas.

Bordada pela natureza. É um trabalho incrível. Veja as algas, onde acomodada.

Interessante.

Parece tribal ou a casca de uma cobra. Mas é uma estrela do mar.

Parecem brilhar, não?

O efeito da luz sobre o casco e a cabeça da tartaruga do mar.

Piso de areia.

Esta tartaruga é tentadora. Se errar, vai parecer um pássaro. Rsrsrsrs.

Olá! Tudo bem com você?

Patas puxando a água ou se atirando para a frente? Percebe que ela nada com as patas sincronizadas?

Detalhe das patas: cores internas e externas, tamanho, proporções. Sem os peixinhos.

Tudo colorido. Um "mosaico".

Peixe de tapa-olho. Gostei dele.

Uma massa de peixinhos.

Uma opção interessante.

O peixe-palhaço. Na verdade, ele tem apenas 7 cm, mas foi representado como muito maior. Uma questão de perspectiva.

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Maria da Gloria Perez Delgado Sanches